30.3.07

Tolerância a falhas

De vez em quando é de espantar que a web funcione (e bem): Ian Hickson, que trabalha para o Google e é editor da nova especificação HTML (X/HTML 5) conta em entrevista que numa pesquisa feita com uma amostra de bilhões de páginas descobriu-se que 78% delas estavam em desacordo com os padrões, considerando apenas os erros mais comuns. Ao olhar para uma gama maior de desvios da especificação, chegou-se a 93% do total de páginas. Ou seja, se os browsers recusassem todos os documentos mal formados, não seria possível acessar nem 10% da web.

Olhando a situação por um ponto de vista otimista, é legal ver o trabalho feito pelos desenvolvedores de browsers, que conseguem driblar todos esses deslizes cometidos pelos autores (e ferramentas) de HTML.

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Excesso de transparência

Parece que não adianta tentar ter boa vontade e achar que as coisas mudam. De uns tempos pra cá eu realmente acreditava que a Microsoft vinha se esforçando pra mudar sua postura (e imagem, claro) para algo mais aberto, colaborativo, blablabla. Mas pelo visto eles se esforçaram além da conta.

Fred Vogelstein, da Wired, fez uma reportagem sobre o Channel 9, iniciativa de publicação de videoblogs de funcionários da Microsoft que faz parte de uma política da empresa que visa torná-la mais transparente. O problema é que numa troca de e-mails com o pessoal de RP da empresa o jornalista acabou recebendo um dossiê de 13 páginas sobre ele, dirigido aos executivos com quem conversou, com instruções sobre como agir e o que falar nas entrevistas. A falha foi tão absurda que ele chegou a achar que a Microsoft estava levando a idéia de abertura tão a sério que tinha feito isso de propósito.

E pra fechar a história com chave de ouro o dossiê, publicado pela Wired, entrega que o jornalista aceitou mostrar a matéria para a Microsoft antes de sua publicação, o que é bem esquisito, o que quase dá a entender que qualquer tipo de ação imoral / anti-ética / picareta é automaticamente relevada pelo simples fato de ser confessada ao invés de descoberta.

Via Blog do Sayeg.

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27.3.07

Blogosfera - Fase 2?

Parece que esse negócio de todo mundo poder falar qualquer coisa começou a complicar a vida de alguns.

No fim do ano Douglas Rushkoff postou a história do assalto de que foi vítima em frente a sua casa, dizendo inclusive que considerava deixar Nova York por isso. Depois de uma avalanche de comentários e milhões de opiniões (contra, a favor, indiferentes, irrelevantes, sobre outros assuntos) nos comentários do blog e em outros lugares, ele se pronunciou novamente para informar que dali pra frente iria pesar melhor o que dizia publicamente, e cogitava inclusive aposentar o blog (a aporrinhação foi tanta que o post foi apagado).

E agora Kathy Sierra é a vítima de uma história de terror graças às suas inocentes opiniões sobre marketing e usabilidade. Alguém andou sistematicamente publicando comentários e fotos do nível de "fuck off you boring slut... i hope someone slits your throat and cums down your gob" por aí. O pavor é tamanho que ela inclusive cancelou sua apresentação como keynote na ETech desse ano.

Esse exagero no "quem fala o que quer ouve o que não quer" pode ser uma tendência? Talvez, mas não exclusiva dos blogs nem das pessoas populares. Provavelmente isso vem do fato de que ainda não sabemos exatamente no que implica o excesso de exposição a que nos subtemos, como colocado por Danah Boyd no conceito de super públicos, já comentado aqui anteriormente.

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26.3.07

Humor geek

18.3.07

Tudo o que é ruim é bom pra você

Uma matéria do Fantástico misturou dois favoritos desse blog, Steven Johnson e Silvio Meira, defendendo video games como exercício intelectual, ferramenta de simulação e meio de expressão.

O mais interessante não são as informações nem opiniões em si, nada muito novo para quem acompanha os trabalhos de ambos (Everything Bad Is Good for You, livro em que Johnson defende que cultura popular ajuda a criar pessoas mais espertas, já tem 2 anos), mas sim o fato de essas idéias "revolucionárias" estarem aparecendo agora na grande mídia.

Via silvio meira: dia a dia, bit a bit.

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7.3.07

Igreja do Trance Divino

Se o rock'n'roll é do demo e o techno é para pecadores, o caminho para a salvação só pode estar no Trance Divino. Isso é o que pregam (?) os fiéis da Igreja do Trance Divino, que em seu blog se autodefine como uma "instituição que visa propiciar a seus membros uma vivência e experimentação indo profundamente por entre os caminhos da música eletrônica mas (sic) especificamente o TRANCE". Supostamente sediada na Chapada dos Veadeiros, "a Igreja espera a chegada de JUJU, que é JÁH. Juju será o primeiro ser humano a nascer no espaço."

Pior que o assassinato ao bom senso e à língua portuguesa, é essa parte aqui: "A Igreja tem como principal objetivo levar o Trance Divino por todas as partes do universo e o enriquecimento cultural de seus membros prezando pela paz e harmonia do planeta".

A notícia estava na Folha de hoje, mas estou rezando para que seja só mais uma pegadinha do MrManson. Se não, só tenho uma coisa a dizer: Deus me livre!

6.3.07

A passagem de um sistema nervoso através do tempo

"Então quando a Magia do Caos surgiu dizendo que ao invés de invocar Hermes, você poderia facilmente invocar The Flash, o super-corredor da DC Comics, e The Flash iria aparecer, visivelmente, pra você, fiquei naturalmente excitado. [risos] Então eu não acreditei e invoquei Metron, dos Novos Deuses e eu consegui Metron! Ou eu deveria dizer que o que consegui foi o poder e a mágica destilados da linguagem, velocidade e informação que estavam usando a aparência de Metron pra falar comigo."

Isso não é nada perto do resto da entrevista em que o mestre Grant Morrison fala sobre drogas, animais, passado straight edge, The Invisibles e, claro, magia, na Arthur (revista finíssima, por sinal - afinal, com artigos assinados por gente do naipe de Thurston Moore, Douglas Rushkoff e Alan Moore não podia ser diferente - e com download gratuito de qualquer edição).

Dica da Natasha.

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3.3.07

Monitor + teclado

Fantagraphics em perigo

A editora enfrenta dificuldades financeiras de novo. Na primeira vez, o problema foi administrativo. Dessa vez quem atrapalha é Harlan Ellison, escritor de ficção científica que está processando a Fantagraphics pois considera difamatórias histórias sobre ele que constam em We Told You So: Comics as Art, livro que ainda não foi publicado mas teve trechos apresentados no blog da editora no ano passado.

Parece que eles realmente não são muito bom lidando com dinheiro. Mas independente disso estão pedindo ajuda para pagar a defesa do processo na forma de doações ou de compra de livros. Parece uma boa hora para pedir aquele Krazy Kat ou fechar de uma vez os 20 volumes de Love and Rockets.

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