21.9.05

Perto da máquina

Perto da máquina fala sobre a indústria da computação. Mais especificamente, sobre a parte corporativa e rica (no sentido clássico, o financeiro) da computação, que teve sua última grande fase com a Internet e transformou alguns engenheiros, programadores e afins em milionários. Ellen Ullman mostra o fim dos vínculos de trabalho e suas implicações, as longas jornadas de trabalho (na maioria das vezes movidas por prazos irreais, ganância e hábito, não mais por paixão) e a crueldade de envelhecer num mundo com um ritmo absurdamente rápido.
Mas provavelmente os momentos mais interessante sejam aqueles nos quais os seus clientes se transformam em monstros viciados em saber, querendo cada vez mais uma grande quantidade de informação gerada pelos sistemas simplesmente, e essa é a grande sacada, porque podem. É o caso do empresário que pede para Ullman escrever um programa que grave toda a digitação de sua secretária, com quem trabalha há 26 anos e de quem não tem nenhum motivo para suspeitar. Quando ela lhe pergunta por que, ele responde "Bem, só estou curioso. Há anos ela está aí fazendo uma porção de coisas, e agora posso descobrir exatamente o quê".
O livro é uma boa forma de se ter uma visão sobre como software é feito (o que é um pouco assustador) e, principalmente, sobre as mudanças nas relações entre as pessoas quando a máquina aparece.
A única coisa estranha, que ainda não consegui concluir se faz alguma diferença: a quantidade de vezes em que Ullman cita seu gosto por vinhos caros, seu carro esporte super rápido e seu gosto refinado por música clássica é aproximadamente o dobro das vezes em que ela faz questão de dizer que não gosta de pessoas ricas e esnobes.

2 Comentários:

Blogger Giovanna disse...

me empresta?

12:04 PM  
Blogger mdediana disse...

Claro!

12:08 PM  

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